James Wimshurst


James Wimshurst, engenheiro, nasceu em Poplar, Inglaterra, em 13 de April de 1832. Foi o segundo filho de Henry Wimshurst, projetista e construtor dos primeiros navios movidos a hélice. Foi educado na Steabonheath House, em Londres, e realizou seu treinamento na Thames Ironworks com James Mare. In 1853, obteve um emprego em Londres, como "surveyor" no Lloyds. Mais tarde, foi transferido para Liverpool, onde em 1865 assumiu a chefia do Liverpool Underwriters' Registry, então incorporado ao Lloyds. Em 1874 se juntou à câmara de comércio ("board of trade") como "chief shipwright surveyor" no departamento de consultoria. Ele participou como seu representante na conferência internacional em Washington em 1890, e se aposentou ao atingir a idade limite em 1899.

Por toda a vida, Wimshurst dedicou seu tempo livre a trabalhos experimentais, tendo em sua casa em Clapham uma grande oficina, que ele equipou com as melhores ferramentas e mesmo com iluminação elétrica. Por volta de 1880 ele se interessou por máquinas elétricas de influência, e construiu várias dos tipos então conhecidos como as de Nicholson, Carré e Holtz. Na última ele fez muitas modificações, o resultado sendo uma máquina marcadamente insensível às condições atmosféricas, conhecida então como a máquina de Holtz-Wimshurst. A seguir ele desenvolveu uma máquina múltipla do mesmo tipo, com 12 discos girando entre 24 placas retangulares, e com uma pequena máquina de fricção para partida. Pouco tempo depois, ele inventou o que ele chamou de "máquina duplex", mas que ficou geralmente conhecida como a máquina de Wimshurst. Ela tinha dois discos girando em direções opostas, com setores metálicos nas superfícies externas de cada. Esta máquina superou todos os geradores então conhecidos de eletricidade estática, e era auto-exitával em qualquer condição atmosférica. A forma da máquina nunca foi substancialmente melhorada além do que Wimshurst conseguiu. Ao todo, Wimshurst construiu mais de 90 máquinas de influência, incluindo uma máquina gigante para o museu de South Kensington, que agora está em Chicago, EUA. Muitas ele presenteou a seus amigos na área científica. Algumas tinham placas cilíndricas, e uma foi projetada com duas correias que passavam uma em frente à outra em direções opostas. Em 1891 ele descreveu uma máquina que produzia tensão alternada. Ele não tirou patentes de suas máquinas e melhorias, e consequentemente não pode controlar algumas máquinas inferiores postas no mercado com seu nome.

Em 1896 Wimshurst observou que suas máquinas eram uma forma admirável de excitar os recém-descobertos "raios Rontgen", ou raios X, e mostrou que para a observação direta em uma tela fluorescente, método então muito usado, onde uma iluminação constante era desejável, a descarga constante de suas máquinas múltiplas (8 discos) era preferível ao efeito das descargas intermitentes obtidas com as bobinas de indução usuais. Suas máquinas foram também usadas em medicina, para a produção de descargas de corona para tratamento de doenças de pele.

Wimshurst inventou também uma bomba de vácuo melhorada, melhorou um método para conexão de navios-faróis à terra e inventou um instrumento para verificar a estabilidade de navios. Ele foi eleito F.R.S. em 1898. Ele foi também membro do Institute of Electric al Engineers (1889), da Physical Society, da Rontgen Society e do Institute of Naval Architects. Ele foi membro da diretoria da Royal Institution. Ele faleceu em Clapham em 3 de Janeiro de 1903.

Wimshurst se casou em 1864 com Clara Tubb e teve dois filhos e uma filha.

Além de descrições de suas máquinas elétricas, ele publicou o livro "A Book of Rules for the Construction of Steam Vessels" (1898).

Fontes:
Oxford National Dictionary of Biography.
Institute of Electrical Engineers Journal, xxxii, Obituary notices - pp. 1157-1159.
Institute of Electrical Engineers (foto, por volta de 1890).
Informações de várias referências.


Criado em 22 de Setembro de 2001
Última alteração: 22 de Setembro de 2001
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Por Antonio Carlos M. de Queiroz


Lamento informar que o Prof. Antonio Carlos Moreirão de Queiroz faleceu há algum tempo.
Sei que esta página é visitada constantemente. Assim, gostaria de saber se temos algum visitante (interessado) que seja da UFRJ. Se for, por favor, envie um e-mail para watanabe@coe.ufrj.br.
Comento que é impressionante ver o que Moreirão foi capaz de fazer. Ele não só projetou os circuitos, mas também fez todo o trabalho de marceneiro (melhor que muitos que já vi e eram profissionais).
Segundo Moreirão contou em uma palestra, ele só levou choque uma vez. Sem querer encostou o dedo médio em um capacitor com alta tensão que se descarregou através do dedo. A corrente ao passar por uma das articulações a danificou e doía sempre que dobrava esse dedo. Mas, segundo ele, já tinha acostumado.

E. Watanabe (ELEPOT)